sábado, 22 de janeiro de 2011

Cintigrafia

O que é uma Cintigrafia?
Os radionuclídeos ou átomos com núcleos instáveis, que emitem radiação, podem ligar-se quimicamente a outras moléculas que apresentam uma afinidade particular para determinado processo fisiológico, órgão ou tecido dos organismos. Os compostos resultantes desta ligação química têm o nome de radiofármacos e permitem, depois de administrados ao doente, observar o funcionamento do órgão ou tecido para o qual têm afinidade. Por exemplo, quando se administra um radiofármaco com afinidade para o osso, obtém-se uma cintigrafia óssea.

Os radionuclídeos mais usados em Medicina Nuclear são o Tecnécio-99m (99mTc), o Iodo-131 (131I), o Iodo-123 (123I), o Tálio-201 (201Tl), o Gálio-67 (67Ga) e o Índio-111 (111In). Estes radionuclídeos são usados para obter imagem em Medicina Nuclear pois emitem, de forma contínua, um sinal – raios gama, que é detectado por aparelhos especiais, denominados câmaras gama que, por sua vez, têm associados sistemas de computadores que transformam a radiação gama emitida pelo doente numa imagem, a cintigrafia. Esta, depois de trabalhada no computador e fotografada, é interpretada pelo médico com a especialidade de Medicina Nuclear – o nuclearista – que elabora um relatório sobre o exame efectuado. Este relatório é dirigido ao seu médico assistente, para ser usado para o seu diagnóstico e escolha de terapêutica adequada.

Existem radiofármacos para praticamente todos os orgãos e sistemas e, como tal, actualmente, a Medicina Nuclear é útil num vasto campo de áreas médicas, nomeadamente na Oncologia, Cardiologia, Nefrologia, Pediatria, Neurologia, Psiquiatria, etc. Existem dezenas de diferentes procedimentos que permitem estudar praticamente todo o organismo.

Em Portugal, são realizados anualmente milhares de estudos cintigráficos. São estudos seguros, não dolorosos (requerem na maioria das vezes apenas uma simples injecção numa veia) e não provocam habitualmente qualquer tipo de reacção alérgica.
As cintigrafias não devem ser realizados em caso ou suspeita de gravidez. Para consultar Folheto Informativo clique aqui

O que é um Estudo PET?
Neste caso, o radiofármaco está associado a um radionuclídeo que emite um tipo particular de radiação, ou seja, um radionuclídeo emissor de positrões. Para obter imagens com este tipo de radiação são necessários aparelhos diferentes das câmaras gama convencionais, ou seja, tomográfos PET ou câmaras de coincidência. Estes equipamentos têm também associados sistemas de computadores que transformam a radiação emitida pelo doente numa imagem, o estudo PET, o qual, depois de trabalhado no computador e fotografado, é mais uma vez interpretado pelo médico com a especialidade de Medicina Nuclear – o nuclearista – que elabora um relatório sobre o exame efectuado. Este relatório, como em qualquer outro procedimento de Medicina Nuclear, é dirigido ao seu médico assistente, para ser usado para o seu diagnóstico e escolha de terapêutica adequada.

O radiofármaco com emissor de positrões mais utilizado é a 18F-fluordesoxiglicose (18F-FDG). Os estudos PET têm a sua aplicação mais extensa em doentes oncológicos (85 a 90% dos casos), embora também sejam muito úteis em diversas situações neurológicas e casos particulares de doentes cardíacos.

Os estudos PET não estão tão disponíveis devido ao facto dos radionuclídeos emissores de positrões serem mais difíceis de produzir e de distribuir pelos centros clínicos e, consequentemente, mais dispendiosos. Em Portugal, até ao momento, só estão a ser efectuados em dois centros clínicos.

Os Estudos PET não devem ser realizados em caso ou suspeita de gravidez, nem em mães a amamentar. Para consultar Folheto Informativo clique aqui

O que é um Tratamento com Radionuclídeos?
Quando o radiofármaco é administrado para tratamento, o radionuclídeo presente na molécula vai emitir radiação junto do órgão ou tecido que está doente, para ajudar a que  a doença ou sintoma da mesma (por exemplo, dor) melhore. Estes tratamentos são semelhantes a radioterapia interna.

Nos tratamentos com radionuclídeos são utilizadas doses de radiação maiores do que as usadas para os exames de diagnóstico e por isso, é necessário o paciente respeitar alguns cuidados, quer próprios quer relativos aos familiares e outras pessoas que com eles contactem. Pode, inclusive, em determinados casos, ser necessário o internamento hospitalar. Assim, para cada tipo de terapêutica serão dadas recomendações específicas que o doente tem que se responsabilizar por cumprir e dar o seu consentimento para proceder à terapêutica. Os tratamentos com radionuclídeos não podem ser realizados em caso ou suspeita de gravidez, nem em mães a amamentar. Para consultar Folheto Informativo clique aqui

Quem o vai atender num Serviço de Medicina Nuclear?
Num serviço de Medicina Nuclear vai contactar com os seguintes grupos profissionais:
- Pessoal administrativo
- Auxiliares de acção médica
- Médicos Especialistas e Internos da Especialidade
- Técnicos de Medicina Nuclear
- Enfermeiros

Nos Serviços de Medicina Nuclear exercem também funções, habitualmente, físicos e farmacêuticos, com formação específica nesta área da Medicina. Estes profissionais são assessores do médico responsável para as questões de protecção contra radiações, controlo de qualidade dos diferentes equipamentos e radiofarmácia – preparação e  controlo de qualidade dos radiofármacos.

Todos os profissionais envolvidos trabalham activamente e colaboram entre si para que seja atendido num ambiente em que sejam respeitadas normas seguras de uso médico da radiação ionizante envolvida.

Quais os procedimentos habituais num Serviço de Medicina Nuclear?
Os exames de Medicina Nuclear, salvo situações de urgência, devem ser marcados com a devida antecedência. No momento da marcação serão fornecidas algumas informações úteis, como a necessidade de eventual preparação (por exemplo jejum), a duração prevista para a realização do exame e o tempo necessário para a emissão do relatório.

No dia do exame, deverá dirigir-se à recepção/secretaria, onde será encaminhado para um médico nuclearista, técnico de Medicina Nuclear ou enfermeiro, ser-lhe-á realizado um pequeno questionário e eventual observação clínica. Em seguida, ser-lhe-á administrado, a maior parte das vezes por uma veia, o radiofármaco adequado ao tipo de exame ou tratamento em causa. No caso dos procedimentos de diagnóstico, a sequência e tipo de imagens varia de acordo com o exame solicitado pelo seu médico e apropriado para a sua situação clínica, podendo começar logo após a injecção do radiofármaco ou ser realizada horas ou dias depois.

Após a aquisição, o exame é analisado, fotografado e finalmente relatado pelo médico da especialidade.

Em caso de dúvida não hesite em pedir esclarecimentos aos profissionais do Serviço de Medicina Nuclear a que foi enviado pelo seu médico assistente.

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